quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Campos

       Não posso deixar de falar dos campos. Ah, os campos, aquelas coisinhas chatas que nos deixam descabeladas, sensíveis e estressadas. A prévia experiência do campo da prep de nada serviu. Ficamos nervosas como se fosse o primeiro campo deles. E não, essa sensação nunca passa, a tristeza de quando eles se despendem não muda. Você pode começar a se acostumar com a situação quando ele já fez seu décimo campo, mas aquele aperto no peito, aquela agonia durante a semana toda sem ouvir a voz dele nunca irá passar, acredite. 
Operação Henrique Lage, 1º ano.
        Como eu digo, quando eles estão no campo um sentimento muito paradoxal toma conta da gente. A gente quer ouvir a voz deles, fica rezando para o telefone tocar, mas, ao mesmo tempo sabe que, ficar sem notícias significa que está tudo bem, que tudo está ocorrendo como planejado. Então, rezamos para que a semana passe logo e a sexta-feira chegue para que possamos saber que ele está bem, por mais cansado e machucado que esteja. Ah, e temos que estar preparadas para ouvir as diversas histórias de campo (e olha que não são poucas, hein!).
          Eles fazem, pelo menos, 5 campos durante o ano, de duração de 1 semana (segunda a sexta), mas isso vai mudando de acordo com o ano, o comando e, principalmente, conforme eles vão entrando nas armas. Isso sem contar os inopinados também (atividades surpresas de duração diversa, mas relaxe, são beeem mais curtos que os campos), as marchas e corridões inesperados.
           Os campos do 1º ano são: Operação Alvorada (dura de segunda a sexta, e a cada noite uma Cia. dorme no próprio apartamento, ou seja, ele conseguirá dar sinal de vida 1 noite), Operação Boa Esperança (é realizada na Fazenda Boa Esperança, que fica em Itatiaia e também dura cinco dias), SIEsp de Montanha (falarei mais tarde), Operação Henrique Lage (também é realizada na Fazenda Boa Esperança e também dura cinco dias) e Operação FIT (dura de 2 a 3 dias, dependendo do ano, e é realizada nas instalações da AMAN mesmo).
         Os campos do 2º ano são: Semana Verde (eles dormem nas alas todos os dias, mas passam a semana tendo instrução no parque), Operação Calouro, Operação Quebra Nozes (também acontece na Fazenda Boa Esperança e começa na segunda e termina na sexta), Operação Monjolo (nesse campo eles andam muito, e quando eu digo muito é uma média de 30 km por dia) e Operação Afim (começa na segunda mais tarde e acaba na quinta à noite, contudo, eles só serão liberados e darão sinal de vida na sexta, pois, pela parte da manhã, haverá manutenção de armamento).
         Nas Armas, a quantidade e duração dos campos vão variar de acordo com cada uma. A Infantaria, por exemplo, é a que tem mais campos, e a Cavalaria tem muitas atividades também. A Intendência, as Comunicações e o Material Bélico já são mais tranquilos, mas também têm seus campos. Por vezes, as Semanas Verdes marcadas no PGE também podem significar viagens para outros quarteis em cidades diferentes ou até mesmo semana de palestras, dependendo da Arma.
         Além disso, a cada ano eles farão uma SIEsp diferente. As SIEsp são campos especiais que também duram 1 semana e cada uma é sobre uma matéria, formando 4 ao total (falarei sobre cada uma adiante). Além disso tem o Manobrão (manobra escolar), que é um campo que dura duas semanas no final do ano (início de novembro) e toda a Academia participa, mas, às vezes, o 1º ano não vai, como aconteceu no ano do meu Amor, por falta de espaço para todos, uma vez que alunos da EsSA e da EsSLog (Escolas de formação de Sargentos) também participam.

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